2012-06-11

Tem festinha, e não precisa avisar

Foram 12 anos de marcar jantares e eventos sociais com os amigos e agregados.  O Facebook já tinha virado ferramenta, não importava o tamanho do evento.  A técnica era simples e eficaz: agendava-se o evento com milimétricos detalhes, desde data, local com link do Google Maps e diretivas como "traga cerveja" e "traga bebida".  Criava-se uma resenha legal para despertar o interesse dos destinatários e no fim tinha-se certeza de que aqueles que aceitavam o convite estariam lá presentes não só virtualmente pelo Facebook.  Na América, tudo isto ocorria com 3 semanas de antecedência, no mínimo.

No Brasil, este conceito regrado de evento social não teria êxito.  Apesar do uso das técnicas acima mencionadas aumentar a probabilidade de sucesso do seu evento, elas não garantem nada.  Por aqui, tudo é impromptu.  A verdade é que o brasileiro gosta de surpresas, do inesperado, do momento.  Fazemos o que sentimos vontade, naquela hora, e, desta forma, exemplificamos a inconstância do ser humano.  Este exercício desenvolve a nossa capacidade de adaptação, o não pejorativo jeitinho, e nos torna mais espontâneos, mais genuínos.

Visitar um amigo, fazer uma festinha com aqueles mais próximos, combinar uma praiana, são todos eventos que dispensam aquelas 3 semanas de antecedência.  No máximo, ligue para os amigos naquela semana para avisar mas não exija compromisso de comparecimento, pois é improdutivo.  Afinal, só um louco perderia o seu mega-evento social.  Talvez uma única técnica aplica-se aqui: convidar sempre o dobro do seu quórum mínimo de pessoas, pois sabe-se que metade delas não virá por uma razão ou outra.  Afinal, aqui reina a inconstância, e até aqueles que você não convidou comparecerão.  Não precisa avisar.






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