2012-06-20
A tecnologia e o humanismo
No último século a tecnologia permitiu ao homem grandes avanços em qualidade de vida. Apesar de ainda existir pobreza no mundo, uma maior fração da população mundial teve acesso à cultura, educação, comunicação, e conforto. A Internet nos permitiu maior liberdade de expressão, telefones celulares nos deram mobilidade, novos tecidos nos aquecem no inverno, carros poluem menos. Ainda assim, não acredito que possamos dizer que o mundo de hoje é melhor que o de ontem. Falta humanismo, compaixão.
Precisamos proporcionar à nossos filhos uma vida mais humana. Facebook, YouTube, LinkedIn, e Twitter são excelentes ferramentas que nos auxiliam a manter contatos e vivenciar eventos à distância, mas que, a meu ver, não devem substituir o tête-à-tête. A era digital ainda não substituiu a comunicação presencial, dos sinais corporais e faciais, do ver e sentir, do sexto-sentido e do calor humano. A vida vida predominantemente virtual é como um videogame: nós atiramos para todo lado, destruímos cenários e inimigos, avançamos de fase, e jogamos o replay quando perdemos. Pura ilusão.
Mesmo inconscientemente, a vida virtual nos afeta. O mundo contemporâneo caminha cada vez mais para o "eu" e distancia-se do "nós". As redes sociais criam uma falsa sensação de proximidade. Para ilustrar este ponto, basta contar os amigos do Facebook que nós conhecemos pessoalmente e quantos deles nós encontramos no último ano. E estas redes passaram a ser uma ferramenta de marketing para vender a nossa imagem do ser legal, do estar feliz. Ora, se somos felizes e legais, para que fazer propaganda disto?
De nada adianta criticar sem um plano de ação. Porque não ensinar a nova geração valores mais humanos? Mostrar o valor do abraço, do olho-no-olho, da conversa entre pares. O prazer de dividir, de compartilhar com o mundo. Seríamos muito mais legais e felizes se desprendêssemos de metade de nosso tempo de Facebook e Twitter para conversar com os amigos, tocar violão, apreciar a natureza, praticar esporte e namorar.
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