2012-06-07

Chuva e Neve

Durante o inverno na costa leste da América do Norte, dias de neve são acompanhados de preguiça e vontade de ficar debaixo das cobertas.

Aumente a temperatura, a neve se derrete e vira chuva.  Você agora está no Brasil e até gostaria que a preguiça não lhe acompanhasse, mas ela veio contigo.  Pelo menos por aqui ela não detém-o de fechar as janelas para que o frio não entre, ou de limpar a neve da entrada da casa.  No máximo você se preocupa em levar aquele guarda-chuva amigo para a rua, ainda assim indeciso e querendo que o sol apareça a tarde.  A esperança é a última que morre.

O frio de países nórdicos é realmente rigoroso, mas dele provém a ordem.  Os fatores que levaram um argentino no Canadá a odiar sua estadia, como a limpeza da entrada de sua casa, o frio para andar na rua, e a impessoalidade das relações humanas são os mesmos que fazem-se necessários à regularidade como fator essencial da vida norte-americana.  Sem rotina e hora marcada, não há eficiência.  Sem eficiência, não haveria tempo para limpar a neve, botar o lixo pra fora, e ainda lavar a roupa.

Ainda me lembro da fase típica de turista dos recém-imigrados ao Canadá.  Tudo é maravilhoso, as ruas são limpas, a grama cortada e, enfim, tudo funciona like clockwork.  Como será que eles conseguem fazer isto?  Pontualidade, compromisso, e regularidade.  Simples respostas que, para aqueles que gostam no inesperado e da surpresa se torna chatice com o tempo.  Não deixe-se iludir pelas aparências pois não existe lugar perfeito.  Daí cria-se o eterno dilema do imigrante de tentar aliar as características positivas de um lugar ao outro -- um excelente tema para o próximo blog. 

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