Aumente a temperatura, a neve se derrete e vira chuva. Você agora está no Brasil e até gostaria que a preguiça não lhe acompanhasse, mas ela veio contigo. Pelo menos por aqui ela não detém-o de fechar as janelas para que o frio não entre, ou de limpar a neve da entrada da casa. No máximo você se preocupa em levar aquele guarda-chuva amigo para a rua, ainda assim indeciso e querendo que o sol apareça a tarde. A esperança é a última que morre.
O frio de países nórdicos é realmente rigoroso, mas dele provém a ordem. Os fatores que levaram um argentino no Canadá a odiar sua estadia, como a limpeza da entrada de sua casa, o frio para andar na rua, e a impessoalidade das relações humanas são os mesmos que fazem-se necessários à regularidade como fator essencial da vida norte-americana. Sem rotina e hora marcada, não há eficiência. Sem eficiência, não haveria tempo para limpar a neve, botar o lixo pra fora, e ainda lavar a roupa.
Ainda me lembro da fase típica de turista dos recém-imigrados ao Canadá. Tudo é maravilhoso, as ruas são limpas, a grama cortada e, enfim, tudo funciona like clockwork. Como será que eles conseguem fazer isto? Pontualidade, compromisso, e regularidade. Simples respostas que, para aqueles que gostam no inesperado e da surpresa se torna chatice com o tempo. Não deixe-se iludir pelas aparências pois não existe lugar perfeito. Daí cria-se o eterno dilema do imigrante de tentar aliar as características positivas de um lugar ao outro -- um excelente tema para o próximo blog.
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